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Cirurgia Implantar – Levantamento do seio maxilar e colocação de implante dentário no local do dente 26

Identificação
RLF, homem, 36 anos, Caucasiano, Bancário.
História clínica e Anamnese
Atendido, em Julho de 2015, na consulta de Cirurgia Oral do Hospital
Privado da Boa Nova. Pretende reabilitação fixa do dente 26 ausente.
Saudável, sem medicação habitual. Não fuma.


Exame Clínica
Ausência do dente 26 na arcada superior . Várias restaurações dentárias. Sem
patologia da mucosa oral.

Exame Radiológico
Observa-se que não há disponibilidade óssea vertical para a colocação de implante no local
do dente 26, devido a pneumatização do seio maxilar esquerdo. Altura óssea disponível de
3,7 mm. Largura adequada para colocação de implante.

Plano de tratamento
Foi proposto ao paciente:
– 1º cirurgia: levantamento do seio maxilar , pela técnica da janela lateral;
– 2º cirurgia: 6 meses depois, colocação de implante Straumann® bone Level 4.1 de
10mm, e colocação de coroa em dissilicato de lítio, realizada em CADCAM, pilar
Variobase (Straumann®) ,3 meses depois.

 
Medicação Pré-operatória 1º Cirurgia
Amoxicilina + Acido Clavulânico 875+125 – 1 comp 12/12h. Inicia 1dia antes.
Deflazacorte 30 mg – 2 comp 1h antes das cirurgia.

 
1º Cirurgia realizada em Agosto de 2015
Assepsia intra-oral com clorohexidina a 0,12% e extra-oral com clorohexidina a 2%.
Anestesia local do tipo infiltrativa, com articaína a 4%, com adrenalina 1:100.000. Incisão
sulcular do dente 14 ao 27 e descargas mesial e distal. Retalho mucoperiósseo de espessura
total par exposição da cortical óssea. Acesso lateral ao seio maxilar com janela forma
circular realizado com ponta diamantada esférica piezoeléctrico. Descolamento da
membrana de Schneider . Preenchimento do seio com xenoenxerto (Bio-oss®). Colocação de
membrana de colagénio Geistlich Bio-Gide®. Sutura com fio poliamida (Supramid) 4/0.

Medicação Pós-Operatória
Amoxicilina + Acido Clavulânico 875+125 mg – 1 comp 12/12h, 8 dias.
Deflazacorte 30 mg – 2 comp no 2º dia+ 2 comp 3º dia+ 1 comp 4º dia + 1 comp 5º dia.
Paracetamol 1g 8/8h, 5 dias. Bochechos com clorohexidina a 0,12% duas vezes ao dia,
com duração de 1 minuto, durante 14 dias.

 
Acompanhamento Pós-operatório
Pós-operatório decorreu sem intercorrências. Sem dores. Ligeiro edema. Sete dias após
cirurgia as suturas foram removidas.

2º Cirurgia realizada em Janeiro de 2016
A 2º cirurgia para a colocação do implante foi realizada 6 meses após a elevação do
seio maxilar .
Preparo do leito implantar com broca piloto Ø 2,2 mm a 600 rpm irrigada com soro
fisiológico arrefecido, a profundidade de 10 mm. De seguida, foi utilizado osteótomos
para a condensação óssea, por ordem crescente diâmetro 2,2 mm, 2,8 mm, 3,5 mm.
Implante Straumann® bone Level 4.1 de 10mm, colocado com estabilidade primária e
torque de inserção de 45 Ncm. Sutura com fio poliamida (Supramid) 4/0 com o
cuidado de posicionar gengiva aderida em redor do parafuso de cicatrização.

 

Medicação Pós-Operatória
Amoxicilina + Acido Clavulanico 875+125 mg – 1 comp 12/12h ,8 dias.
Exxiv 90 mg 1 comp/dia ,4 dias.
Paracetamol 1g 8/8h SOS.
Bochechos com clorohexidina a 0,12% duas vezes ao dia, com duração de 1
minuto, durante 14 dias.

 
Acompanhamento Pós-operatório
Pós-operatório decorreu sem intercorrências. Sem dores. Sete dias após a cirurgia as
suturas foram removidas.
O paciente foi novamente observado 8 semanas após a cirurgia. Os tecidos moles
estavam saudáveis e o implante mantinha-se estável. Procedeu-se à moldagem para
realização de coroa cerâmica.
Em Março de 2016, a prótese definitiva foi colocada em boca. Foi aconselhado a visita
6 meses depois para controlo. Foi recomendado, além da escovagem, a utilização de
um jacto de água para a higiene diária.

 

Discussão e conclusão
A técnica da janela lateral foi desenvolvida por Cadwell-Luc e posteriormente modificada
por Tatun. Esta técnica consiste em realizar uma janela óssea, com instrumentos
rotatórios ou piezoeléctricos na parede medial do seio maxilar . Em seguida, reposicionase a membrana de Schneider numa posição superior e preenche-se a nova área formada
com um material de enxerto.
A utilização de substitutos do osso autólogo está bem documentada e com evidência
científica de bons resultados para o procedimento de levantamento do seio maxilar .
Actualmente, alguns artigos referem não existir necessidade de colocação de material de
enxerto ósseo, sendo apenas necessário uma manutenção do espaço com uma barreira
(ex. membrana).
É uma técnica cirúrgica indicada quando a altura óssea residual não permite a colocação
de implantes de comprimento standard ou o uso de técnicas de elevação menos
traumáticas (ex. técnica dos osteótomos). A colocação dos implantes poderá ser realizada
numa única fase cirúrgica (elevação do seio maxilar simultaneamente à colocação de
implantes), obrigando à existência de uma altura mínima óssea de 5mm, ou, em 2 fases
(elevação do seio maxilar e posteriormente colocação dos implantes), geralmente
utilizada em alturas ósseas compreendidas entre 1mm e 4mm; quando não atingimos a
estabilidade primária do implante.
Uma das complicações mais comuns é a perfuração da membrana de Scheneider (10% a
34%), no momento da separação ou da realização da janela óssea de acesso ao seio
maxilar .

Considerações finais
Neste caso clínico optou-se por duas fases cirúrgicas
devido à altura óssea ser inferior a 5 mm.
Classificação SAC (ITI) – Complexo

 

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