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A halitose (mau hálito) é um termo que descreve um hálito desagradável com origem em alterações variadas da cavidade oral ou outras localizações.

Qual a sua frequência na população?

A frequência real da halitose é desconhecida, mas trata-se de uma situação que provavelmente afeta todos os indivíduos, pelo menos ocasionalmente e de forma transitória, apresentando repercussões sociais, afetivas e psicológicas.

Qual a principal origem da halitose?

Na maioria dos casos, a halitose tem a sua origem na cavidade oral. No entanto, pode também representar o primeiro sinal de uma doença sistémica.

Quais as causas principais que originam a halitose?

As causas principais são diversas. Podemos dividi-las em três grupos principais: causas orais; causas exógenas ou externas; causas relacionadas com outras áreas.

Quais as causas orais?

As causas orais podem estar relacionadas com vários aspetos, tais como:

  1. Má higiene oral;
  2. Presença de cáries;
  3. Doenças das gengivas (gengivite e periodontite);
  4. Ulcerações orais;
  5. Infeções orais (bacterianas, virais ou fúngicas)
  6. Próteses dentárias associadas a má higiene oral;
  7. Hiposialia (diminuição do fluxo salivar)
  8. Cancro oral

No entanto, existe atualmente a evidencia cientifica que associa a ação de alguns tipos de bactérias presentes na cavidade oral (sobretudo Gram-anaeróbias) sobre substratos proteicos contendo enxofre. Ou seja, a degradação desses compostos proteicos provoca a libertação de compostos sulfúricos voláteis que vão dar a noção de hálito desagradável.

Na cavidade oral, onde estão localizadas as bactérias?

As bactérias encontram-se em toda a cavidade oral, no entanto a língua parece formar um ecossistema ideal pela sua grande área de superfície e a sua estrutura papilar. Juntamente com a placa bacteriana e os depósitos linguais compostos pela acumulação de células epiteliais descamativas, de resíduos alimentares e de secreções como a saliva e o corrimento nasal posterior, temos assim um substrato proteico ideal para ser metabolizado pelas bactérias, conduzindo à formação dos compostos sulfurosos voláteis.

Quais as causas externas?

As principais causas exógenas estão ligadas à ingestão de certos alimentos no nosso dia-a-dia (ex: alho, cebola), que têm um efeito não só direto mas também retardado (via sistémica) sobre o hálito. O tabaco, o consumo de álcool e de medicação que desencadeie diminuição do fluxo salivar agrava o mau hálito. De facto, qualquer factor que conduza a uma diminuição do fluxo salivar agrava o mau hálito.

O que é o mau hálito matinal?

De manhã, ao acordar, é natural que sintamos por vezes um hálito mais intenso que até nos pode levar a sentir a necessidade de lavar os dentes. Este hálito matinal é fruto, não só da quantidade de saliva produzida durante a noite, mas também da abstinência durante várias horas na ingestão de líquidos e alimentos.

Quais as causas relacionadas com outras áreas?

A otorrinolaringologia pode ser considerada a segunda área de maior importância associada à halitose (ex: sinusite, presença de corpos estranhos no nariz em crianças).

As causas de origem nos pulmões, estômago, fígado e rins são consideradas raras. Ao longo dos anos houve sempre uma ideia de associação entre patologia gástrica e halitose, a qual é considerada muito rara, mas que poderia surgir em casos de refluxo gastro-esofágico, hérnia do hiato, cancro do estômago, estenose do piloro, síndrome de má absorção, ou de infeções intestinais.

A diabetes, as deficiências vitamínicas, a desidratação, assim como outras situações de carácter sistémico podem desencadear halitose. Podem surgir também variações do hálito durante o ciclo menstrual

Temos sempre uma noção correta do nosso hálito?

A nossa auto perceção do hálito muitas vezes é errada. Pode estar subestimada por habituação, ou nalguns casos exagerada. Vários são os fatores que podem conduzir a uma autoavaliação exagerada. A título de exemplo, podemos referir:

  • A publicidade acerca do mau hálito pode preocupar pessoas sugestionáveis;
  • A noção de mau sabor na boca pode levar à convicção de mau hálito;
  • Crianças com pais com mau hálito podem crescer inferindo que sofrem do mesmo problema;
  • Indivíduos que no passado foram chamados uma vez à atenção de forma esporádica relativamente ao mau hálito podem continuar preocupados com a situação

Como é que o médico dentista pode proceder a um diagnóstico do meu hálito?

Para um diagnostico adequado, o médico dentista fará um questionário orientado para a sua historia clinica, ao qual se seguirá um exame objetivo intra e extra oral. Vai poder usar alguns métodos descritivos e recorrer, se necessário, a alguns exames complementares de diagnóstico, tais como testes salivares, microbiológicos e aparelhos específicos de medição.

Como se pode prevenir o mau hálito?

O mau hálito, de uma forma geral, pode ser prevenido e tratado através de uma boa higiene oral, esta higiene oral inclui a escovagem, a limpeza interdentária e o uso de raspadores linguais para a limpeza da língua.

Aconselha-se a ingestão diária de água suficiente para manter uma correta hidratação.

Com a orientação do seu médico dentista pode ainda utilizar elixires contendo agentes específicos que ajudam na prevenção e tratamento da halitose, tais como os que contêm clorhexidina, cloreto de cetilpiridnío e sais de zinco

Como posso avaliar o meu hálito?

Os métodos mais frequentemente referidos são:

  • Avaliação global do hálito – para a utilização deste método, o doente é ensinado a colocar as mãos fechadas em copa à frente do nariz e da boca, e a cheirar o ar expirado pela boca, após inspiração pelo nariz. Este teste avalia o hálito organolepticamente de forma global.
  • Teste de lamber o pulso – neste teste, o doente é orientado a deitar a língua de fora e a lamber o pulso de forma perpendicular, após 5 segundos e 3 cm de distância é feita a avaliação. Este método também pode ser utilizado para a classificação do hálito do doente por outras pessoas.
  • Teste da colher – para esta forma de avaliação o doente utiliza uma colher plástica com a qual raspa o dorso da língua, eliminando a placa lingual e quaisquer resíduos acumulados.
  • Avaliação olfativa por uma pessoa amiga ou pelo cônjuge – apesar de muitas pessoas não se sentirem à vontade para a utilização deste método, é considerado o melhor. Essa pessoa poderá eventualmente ainda avaliar os fatores que desencadeiam o agravamento do hálito, devendo estar idealmente envolvida no processo de diagnóstico e de monitorização do tratamento

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